Os 10 melhores livros de 2024
Edição #299: Uma lista afetiva (com bem mais do que 10 livros)
Olá, tudo bem?
Esta é a nossa tradicional edição com os dez melhores livros do ano. Meu critério foi muito simples: quais foram aqueles livros que eu não parei de comentar depois de virar a última página? Aqueles que surgiram de tempos em tempos na terapia? Aqueles que presente, que discuti à exaustão com minhas amigas? Aqueles que me ajudaram a entender melhor nosso mundo, nossa cultura, medos e preocupações?
Neste ano, foi mais fácil do que imaginei. Mentira. Óbvio que não consegui listar apenas dez livros, mas também incluí alguns bônus. As regras foram feitas para serem quebradas, não é?
Aproveito para desejar a todos boas festas. Seja para celebrar o Chanucá ou o Natal, para pular sete ondinhas vestida de branco ou brindar tranquilo e dormir antes da meia-noite. Vale tudo. Por aqui, vou tirar alguns dias de descanso - e volto cheia de ideias na edição de 8 de janeiro.
Então, sem mais delongas…
Faca, Salman Rushdie (Companhia das Letras). Rushdie é um antigo favorito meu, desde que li o estupendo Os filhos da meia noite. Ele, no entanto, ficou mais famoso por ter sido alvo de uma fatwa do aiatolá iraniano Khomeini, um decreto que condenou o autor indiano à morte em 1989. Rushdie passou uma década escondido em Londres (vivendo sob o codinome Josef Anton) até cansar daquilo, mudar-se para Nova York e começar uma vida normal no início dos anos 2000. Mas a ameaça que parecia ser uma coisa do passado virou algo concreto em 2022, quando ele foi alvo de um atentado. Em Faca, Rushdie faz uma série de reflexões sobre o ataque. É um livro especial, muito mais universal do que parece. Não consegui parar de ler (ouvir, no caso, na versão audiobook narrada pelo próprio Rushdie). Ele fala sobre trauma, medo, recuperação e o desejo intenso de viver.
Operação Shylock, Philip Roth (Companhia de Bolso). Este livro pode ser uma ficção ou não. Talvez tudo que Roth narre ali tenha de fato acontecido: o livro conta quando o personagem Philip Roth ficou sabendo que havia um impostor se passando por ele em Israel. O duplo do escritor estava em meio a uma grande campanha de relações públicas, defendendo a ideia de que os judeus deveriam sair de Israel e voltar para a Europa. O escritor parte então para Israel para confrontar o impostor e tentar resolver a situação. Impossível saber o que é real e o que é ficção, e Roth nos conduz através da obra com genialidade, humor e reflexões sobre o que significa ser judeu e o papel de Israel. Li, ri alto várias vezes e digo: é uma obra imperdível.
Frankenstein, Mary Shelley (Penguin). Eu li Frankenstein pela primeira vez na sétima série e acho que não entendi direito. Reli agora para o mestrado e, gente, que livro. Não é à toa que ganhou o status de um mito contemporâneo. Shelley escreveu Frankenstein com 18 anos - a ideia surgiu a ela em meio a uma brincadeira de amigos. Ela e o marido, o poeta Percy Shelley, ficaram amigos de Lord Byron, e resolveram fazer um campeonato para ver quem criava a melhor história de horror. Shelley, que já tinha perdido um bebê de 11 dias e estava grávida do próximo, ganhou. O livro pode ser lido de múltiplas formas - mas para mim, foi inevitável pensar nele como uma obra sobre as responsabilidades da maternidade. Escrevi um artigo para o mestrado sobre ele, logo compartilho por aqui!
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