Quando penso o Dia das Mães, o que vem na cabeça é a família Doriana. Se você ainda é a rainha do colágeno e não cresceu com esse comercial na TV, explico: era uma cena do café da manhã de uma família feliz, branca, rica, linda e loira, onde a paz reinava e todos comiam um pãozinho com margarina.
Até recentemente, meu Dia das Mães era uma versão mais bagunçada e judaica disso. Comemorávamos sempre com um almoço na casa da minha avó, todos os tios e primos, um belo aperitivo, uma sangria que a minha tia preparava e a tradicional macarronada. A nossa família fala alto, discute assuntos improváveis e rende vários diálogos dignos de um filme do Woody Allen de quando ainda não sabíamos quão problemático o diretor era. Era sempre intenso, mas sempre feliz.
Nos últimos tempos, comecei a olhar mais para o lado e ver muitas mulheres cujo Dia das Mães estava anos-luz dessa alegria familiar. Tem a minha amiga cujo filho morreu e agora busca apenas um pouco de paz. Tem a que está vivendo o luto da mãe e sofre demais quando a data chega. Outra tem uma relação super complicada com a própria mãe e não consegue curtir os filhos como gostaria. Algumas têm filhos atípicos e o objetivo delas é simplesmente chegar ao fim do dia com todos inteiros. Outra ainda acabou de voltar com a bebê da maternidade e está já há dias sem dormir e com mil dificuldades e dores para amamentar.
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